Profissionais do ICEPi são titulados por Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade após atuação no Qualifica-APS

07/02/2025 09h50

Após a formação pelo Componente de Provimento e Fixação de Profissionais, do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), 69 médicos obtiveram o Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade (TEMFC). O Provimento e Fixação de Profissionais é o principal projeto do Qualifica-APS. O objetivo do componente é ampliar e melhorar o acesso da população ao atendimento, ao diminuir a desigualdade da distribuição territorial de profissionais da saúde por habitante. Para isso, o ICEPi seleciona, supervisiona e forma profissionais da saúde em cooperação com os municípios.

A docente-assistencial do componente Renata Zanini explicou que durante essa formação, com duração de 4 anos para médicos, é adotada uma metodologia ativa de ensino, com carga horária para atividades práticas, assistenciais e teóricas.

No Brasil, para ser reconhecido como MFC, o profissional pode fazer a residência em Medicina de Família e Comunidade ou, após quatro anos completos de prática profissional na Atenção Primária à Saúde (APS), prestar o Exame de Suficiência, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). Dessa forma, o Provimento confere aos profissionais requisitos necessários para obtenção do título de Médico de Família e Comunidade (MFC).

“A experiência no ICEPi é incrível, com muito aprendizado e crescimento pessoal e profissional. A parte mais importante dessa qualificação do profissional é o benefício para a população com a melhoria dos atendimentos e o aumento da resolutividade de doenças. Como docente, sempre estimulo para que os médicos façam a prova de titulação porque as discussões que a gente faz durante as aulas também são cobradas no Exame de Suficiência”, explicou a docente Renata Zanini.

Desde o início do projeto, em 2019, 1.151 médicos já passaram pelo programa. Desses, 69 fizeram o Exame de Suficiência e conseguiram a titulação em MFC. Atualmente, o programa conta com 472 médicos, em 63 municípios capixabas. Em 2024, 19 médicos conseguiram validar a titulação. E, com a implementação da residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC), o ICEPi também formou 12 médicos especialistas, em três turmas. Atualmente, 13 residentes estão em formação, atuando nos municípios de Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Vila Velha.

Dedicação à MFC
A médica Larissa Fiorotti Daleprane, 34 anos, foi uma dos 69 profissionais que se titularam em MFC. Ela atua pelo Provimento em Vila Velha desde 2021. Desde que se formou em medicina, em 2016, Larissa já trabalhou na Estratégia de Saúde da Família (ESF) nos municípios de São Roque do Canaã e Santa Maria de Jetibá e em Cariacica. Segundo a médica, foi a partir dessas experiências que ela se apaixonou pela MFC.

“Logo que formei, fui atuar na ESF e tomei gosto pela área. Fiquei encantada em poder criar vínculo com os pacientes, entender suas histórias, vivências e trazer isso para a prática da medicina. Fui aprimorando meus conhecimentos ao longo do tempo, mas o meu maior salto foi quando entrei para o ICEPi onde, além da prática diária, tive toda a capacitação com temas muito importantes da APS. ⁠Quando fiz a prova de título percebi que todos os temas já tinham sido abordados ao longo dos anos integrando o Provimento”, relembrou Larissa.

A paixão pela MFC do cubano Rigoberto Ramos, de 58 anos, é mais antiga. Formado em Cuba, ele ingressou na Residência de Medicina e Família e Comunidade ainda no país de origem e se formou em MFC. Ele está no Brasil desde 2014, quando veio atuar pelo programa do Governo Federal “Mais Médicos”. Desde 2023, ele faz parte do Componente de Provimento.

“A área sempre foi de meu interesse por atender pessoas de todas as idades, com diversos problemas de saúde e acompanhá-los ao longo do tempo, podendo criar esse vínculo de confiança com os pacientes. Ser médico de Família e Comunidade me ajuda a me realizar como profissional, especialmente no exercício da Medicina em vários países em comunidades carentes”, contou Rigoberto.

O médico se titulou como MFC no Brasil no último ano e afirmou que o componente curricular trabalhado pelo Provimento o ajudaram a passar no Exame de Suficiência. “Passar no Exame de Suficiência foi um prêmio a essa minha caminhada. Sou eternamente grato a meus colegas e tutores que me incentivaram e ajudaram com os estudos. Como diz o ditado: ‘Conhecimento sempre se renova’. Todos os cursos de aperfeiçoamento em MFC, tanto do programa ‘Mais Médicos’, como no ICEPi, me ajudam a achar respostas que antes não estavam na literatura científica. O conhecimento é o alicerce da ciência, da cultura, dos valores e também da saúde”, declarou.

Como fazer a titulação
Além do pré-requisito de ter atuado por quatro anos como médico na APS, os profissionais que têm interesse na obtenção do título de Especialista em MFC devem fazer o Exame de Suficiência, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). Para avaliação do conhecimento e a competência dos candidatos, o exame é composto por duas provas on-line: uma teórica e uma prática.

Componente de Provimento e Fixação de Profissionais
Durante o período de atuação no Componente de Provimento e Fixação de Profissionais, do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), os profissionais têm a carga horária composta 80% por atividades práticas e 20% por atividades teóricas e teóricas/práticas. As atividades teóricas envolvem temas relacionados a cuidados individuais e coletivos, investigações de saúde, atividades em educação permanente e de gestão.

Além de médicos, o Componente atua para o provimento de outros profissionais para atendimento em equipes multiprofissionais na APS, a depender da necessidade da localidade. Dessa forma, também fazem parte do programa enfermeiros, dentistas, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física, sanitaristas e entre outros.

Medicina de Família e Comunidade e Residência em MFC
A Medicina de Família e Comunidade (MFC) foi reconhecida oficialmente pela Associação Médica Brasileira (AMB) no ano de 2002. Segundo o Ministério da Saúde, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem capacidade de resolver 85% das demandas dos usuários por meio de procedimentos de baixa complexidade.

A APS ainda consegue transformar indicadores de saúde da população de determinado território, com resultados comprovados na redução da mortalidade infantil, internações hospitalares, risco de infarto e derrame, e também na prevenção da tuberculose.

A outra forma de conseguir a titulação em MFC é pela Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade. Desde 2020, o ICEPi, por meio do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), oferta a especialização. Desde a implementação do programa de residência, 12 profissionais já foram formados em três turmas. Atualmente, 13 residentes estão em formação, atuando nos municípios de Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Vila Velha.

Informações à Imprensa:

Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
Caroline Pignaton / Mayra Scarpi
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Assessoria de Comunicação – Superintendência da Regional Norte de Saúde
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