Dia do Médico de Família e Comunidade: conheça a importância do profissional que atua na promoção da saúde
Acompanhar o indivíduo ao longo de toda a vida e estar inserido no contexto familiar e comunitário do paciente. Essa abordagem abrangente, com práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde, faz parte da atuação dos médicos e médicas de Família e Comunidade (MFC), que têm seu dia comemorado nesta quinta-feira (05). No Espírito Santo, o Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), da Secretaria da Saúde (Sesa), forma esses profissionais, por meio do programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade.
A Medicina de Família e Comunidade (MFC), reconhecida oficialmente pela Associação Médica Brasileira (AMB) em 2002, teve início no Brasil na década de 1970. Junto com o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, o movimento de saúde comunitária foi a base para a criação do Programa Saúde da Família (PSF), que completou 30 anos neste ano, e é uma das principais estratégias de Atenção Primária à Saúde (APS) adotadas no país.
“O médico de Família e Comunidade é um clínico qualificado que está apto a atender e resolver as demandas mais prevalentes da comunidade onde está inserido. Acompanha as pessoas em todo seu ciclo de vida, desde o nascimento até a terminalidade. No ICEPi, formamos MFC de forma descentralizada. A estratégia foi construída para a formação acontecer onde tem mais carência desses profissionais”, explicou a supervisora da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade do ICEPi, Jetele Del Bem Seleme Piana.
Foi dentro dessa dimensão coletiva da atuação profissional que a médica-residente Thays Cruz buscou a residência Médica em Medicina da Família e Comunidade do ICEPi. A médica atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) Bela Vista, em Aracruz. Ela pontuou que, nos dois anos de residência, os estágios ocorrem em lugares diferentes e isso proporciona uma vivência de realidades diferentes. “Por ser descentralizada, nos dá a oportunidade de um conhecimento integrado abrangendo vários municípios. Com relação ao funcionamento no município de Aracruz, observei que o bairro Bela Vista, no centro da cidade, tem um entendimento considerável do que é um médico-residente. O estágio de saúde indígena é realizado dentro das aldeias e nos traz uma outra visão do cuidar”, frisou Thays Cruz.
Formação pelo ICEPi
A Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), teve início em 2020. Desde a implementação, 12 profissionais já foram formados em três turmas. Atualmente, 13 residentes estão em formação, atuando nos municípios de Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Vila Velha.
Segundo a supervisora da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade do ICEPi, Jetele Del Bem Seleme Piana, o programa é descentralizado e foi pensado de forma estratégica para suprir a necessidade de médicos especialistas nos municípios do interior. Além da residência, é possível se tornar Médico de Família e Comunidade ao atuar por quatro anos na ESF. Depois de concluído esse período, o profissional deve fazer uma prova de título.
Dentro do Qualifica-APS, o componente de Provimento e Fixação de profissionais possibilita essa modalidade ao integrar médicos às equipes de ESF. Atualmente, o programa conta com 472 em 63 municípios capixabas. Neste ano, 19 médicos que integram o Provimento validaram a titulação dessa forma.
As equipes de ESF também são compostas por outros profissionais de saúde como Agentes Comunitários de Saúde (ACS), enfermeiros, técnicos de enfermagem e dentistas.
Resolutiva
Segundo o Ministério da Saúde, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem capacidade de resolver 85% das demandas dos usuários e mudar indicadores de saúde da população de determinado território com procedimentos de baixa complexidade. Nesse sentido, a atuação dos médicos de família e comunidade em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em Unidades de Saúde da Família (USF) se torna ainda mais importante.
Estar próximo da população e poder amenizar os quadros de saúde com escuta ativa, orientações sobre os hábitos de vida e educação em saúde foram alguns dos motivos que levaram o Vinícius Afonso Pereira, formado pelo Instituto Multidisciplinar em Saúde, da Universidade Federal da Bahia, ter buscado a residência em MFC do ICEPi. “Apesar da minha graduação ter sido desenhada com enfoque em saúde pública, a Medicina de Família me chamou a atenção pela primeira vez apenas em 2020, durante um curso sobre a Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. Me interessei pela possibilidade de exercer o cuidado em saúde sem precisar de recursos de alta complexidade, utilizando a simplicidade da escuta e do contato humano para tentar transformar as complexas realidades da atenção primária à saúde. Quando isso apresenta resultados positivos, é bastante gratificante. Hoje atuo na USF Alcides Correia, na comunidade do Guaxe, na zona rural de Linhares”, contou o médico.
Vencedora de desafios
A máxima ‘nunca é tarde para começar’, apesar de clichê, deu sentido à vida de Rosa Maria Bonella Lauer. Residente de Medicina de Família e Comunidade do ICEPi, ela se formou em Medicina, no fim de 2023, aos 56 anos de idade. Outro detalhe é que, embora seja capixaba de nascimento, Rosa Maria se considera baiana, pois é moradora do município de Eunápolis, no sul da Bahia, desde 1999. O que, entretanto, não a impede de atuar, em território capixaba, na equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF) do bairro Coqueiral, em Aracruz, na região norte.
“Minha escolha por esta residência é pela proximidade com os pacientes e pela diversidade dos casos que encontramos na rotina dos atendimentos”, afirmou Rosa, ao frisar que, quando chegou à ESF, em março deste ano, foi surpreendida com o apoio de todos os profissionais envolvidos na equipe.
Esse acolhimento também é perceptível, ainda hoje, nos pacientes. “Mesmo com pouco tempo de formação, eu recebo muito carinho deles. Espero atingir o máximo de aprendizado possível, para prestar, com afinco, a minha profissão, como médica, por onde eu for”, destacou a profissional.
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