ICEPi apresenta dados sobre giro do leito e gestão do tempo de altas durante fórum em Vitória

22/08/2024 10h59 - Atualizado em 22/08/2024 11h02

Garantir a assistência de qualidade para pacientes em hospitais da rede estadual é o principal objetivo do Programa de Gestão do Acesso e da Qualidade da Assistência nas Redes de Atenção à Saúde (PGAQ), desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi). No último dia 14, o programa realizou um fórum para a apresentação dos resultados, que incluem melhorias no giro de leito e no tempo de resolução de pendências para que os pacientes tenham alta segura e no tempo adequado. O encontro aconteceu na Faesa, em Vitória.

Em janeiro de 2021, meses antes da criação dos projetos do Núcleo Interno de Regulação (NIR) e do Escritório de Gestão de Altas (EGA), 2,9 pacientes ocupavam o mesmo leito no período de um mês. Após a implementação dos ajustes propostos pelo PGAQ, esse número melhorou. Em julho de 2024, esse número foi de 4,3 pacientes.

Também o tempo de resolução de pendências diminuiu, caindo de 5,1 dias em julho de 2021 para 1,4 em julho deste ano. A melhora do indicador é reflexo da atuação das equipes para promover a desospitalização em período oportuno, por meio da transição de cuidados para a Atenção Primária à Saúde (APS) ou para outros serviços da rede de saúde pública, como também do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Além disso, a solução de questões internas colabora e interfere no processo de alta, otimizando a assistência proporcionada ao paciente e a utilização dos recursos hospitalares e favorecendo ainda a redução do risco de infecções e outros eventos adversos.

Outro importante avanço foi a regulação de pacientes para leitos em hospitais, conforme o tratamento necessário. O cenário em janeiro de 2019 era de 58% de reservas rejeitadas nos hospitais, o que significa que as solicitações de internação cadastradas no sistema foram negadas pelos hospitais que tinham leitos vagos no período, redirecionando o paciente para uma outra unidade que fosse referência no caso específico. Agora, esse índice é de apenas 3%, demonstrando a eficiência e agilidade para regular o leito de acordo com o hospital mais indicado para cada paciente.

Os bons resultados são frutos da integração entre o NIR, o EGA, a Medicina Hospitalista e também com o Projeto de Gestão do Acesso à Saúde (PGAS) e o Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP).

“Os projetos somam forças e isso faz com que a gestão do acesso à saúde seja otimizada e cada vez mais resolutiva, garantindo que todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba recebam atendimento de qualidade.

Nós conseguimos inovar cada vez mais e integrar as capacidades desenvolvidas, inclusive com a APS”, disse o diretor-geral do ICEPi, Fabiano Ribeiro.

O foco na qualidade do atendimento está na essência do programa, mas especialmente no Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente. Uma das ações realizadas recentemente foi a pesquisa de cultura da segurança do paciente e avaliação de documentos, em que foi feito um diagnóstico em cada hospital sobre a construção, disponibilização, padronização e utilização de documentos como manuais, protocolos, instruções de trabalho, fluxos e formulários. A iniciativa busca a melhoria contínua dos processos tanto na assistência direta aos pacientes quanto na gestão documentada e padronizada da unidade, e na qualificação da informação.

Integração
O evento reuniu membros de outros programas e projetos do ICEPi, numa iniciativa de integrar as ações. O gerente de Inovação, Ricardo Costa, avaliou que esse é um movimento necessário, já que o instituto tem interface com toda a rede de saúde.

“Por se tratar de um programa completo, com toda a jornada do paciente desde antes da entrada no hospital até a alta, o PGAQ tem muito a contribuir para outros projetos, principalmente com ferramentas inovadoras de gerenciamento. Outro ponto é a compreensão de demais necessidades e desafios da rede, como na Atenção Primária”, completou.

Um desses exemplos é a ação iniciada pelo PGAS para a atualização do cadastro dos usuários nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que tem o objetivo de facilitar e agilizar a comunicação com os pacientes para a realização de consultas com especialistas, exames complementares e cirurgias. Até o momento, 65 mil cadastros já foram atualizados e a previsão é de chegar a 100 mil ainda este ano.

A integração pela rede também se dá pelos recém-criados Projeto de Qualificação em Processos Regulatórios nas Unidades de Pronto Atendimento (PQPR) e Projeto de Qualificação em Processos do Centro Cirúrgico, que vão dialogar com os outros projetos já existentes no PGAQ para promover inovações que beneficiam pacientes, profissionais e gestores.

Informações à Imprensa:

Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
Caroline Pignaton / Mayra Scarpi
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