Dia das Mulheres: pesquisadoras do ICEPi relatam a rotina em suas áreas de atuação
Ser mulher é viver para romper padrões culturalmente impostos tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. Neste Dia Internacional das Mulheres, a Secretaria da Saúde (Sesa) presta uma homenagem e reconhecimento a todas as mulheres que conseguiram trilhar seu caminho, realizar sonhos e também para aquelas que se inspiram a buscar realizações.
Nesta sexta-feira (08), o ICEPi promove uma roda de conversa no auditório do Instituto, das 09h30 às 12h, com o tema "Além dos limites: o peso invisível da sobrecarga e o impacto na saúde mental da mulher".
Na saúde, uma história de superação e perseverança é a da psicóloga Nayara Rocha Mairinck, que descobriu um câncer de mama durante a residência em Saúde Mental, do programa de Residências Médicas e Multi, no Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), em 2022, mas escolheu continuar o Trabalho de Conclusão de Residência realizado em dupla, mesmo durante o tratamento.
De acordo com ela, seria uma forma de manter o foco na formação e ainda se movimentar durante esse processo de tratamento. “Juntas, conseguimos produzir um trabalho bacana, que só foi possível também pela parceria encontrada com a minha dupla, com o apoio da tutora. Quando retornei para a residência, consegui defender o Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) com a minha dupla, que foi muito satisfatório pelos percalços que passamos”, contou Nayara Rocha.
Agora, a profissional está em remissão. Os tratamentos de quimioterapia, cirurgia e radioterapia terminaram. Perto de se formar na residência, Nayara Rocha contou que é só manter o acompanhamento com o oncologista e com a terapia de hormônio.
Trabalho que completa
A fisioterapeuta Suzi Costa, de 38 anos, integrante da Equipe Interprofissional, do Componente de Provimento e Fixação de Profissionais, que faz parte do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), contou um pouco sobre como é ser uma mulher que trabalha no ICEPi.
Atualmente, ela está na Policlínica de Conceição da Barra. Além dos pacientes gerais de fisioterapia, também atende gestantes.
“Ser do ICEPi é gratificante. Na verdade, é uma experiência única em que podemos mostrar a que viemos. Mostrar que somos capazes de fazer parte ou liderar uma equipe multiprofissional e até dizer que estamos aqui para cumprir mais um papel que nos é dado como mulheres. O Instituto nos dá a oportunidade de sermos mulheres que trabalham e cuidam de suas famílias. Somos totalmente capazes”, afirmou Suzi Costa.
Ela disse que é muito grata ao ICEPi pela oportunidade de atuar em sua área e sempre aprendendo cada dia mais, sempre compartilhando suas vivências com a equipe, que já considera uma segunda família.
Bastidores da saúde pública
Andréa Lorenzutti é enfermeira supervisora pelo ICEPi e atua na Superintendência Regional de Saúde de Vitória (SRSV), dentro do Núcleo de Regulação do Acesso (NRA) há três anos. Graduada em Enfermagem, ela explica que atua como supervisora do Projeto de Gestão do Acesso à Saúde pelo ICEPi em 23 municípios da Região Metropolitana de saúde.
“O nosso foco está no usuário que se encontra lá na ponta, o paciente que precisa de atendimento dentro do SUS. Na nossa equipe, cada um na sua especificação, estamos sempre procurando melhorar cada vez mais esses processos para trazer mais qualidade ao atendimento. Minha emoção em estar aqui se resume na ajuda ao próximo, na empatia, em se colocar no lugar do outro, e, por isso, trabalho muito para ajudar a criar mecanismos que possam ajudar no bem-estar do usuário para que ele se sinta acolhido”, resumiu.
Já Daniela Camara Vieira Santos, tutora do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Cuidado Interprofissional na área de Imunizações pelo ICEPi, ressalta que, completados 20 anos de serviço público de saúde, em dezembro de 2023, ela ainda sente uma satisfação diária de fazer cada vez mais e melhor.
“Pelo ICEPi, atuo com quatro profissionais que estão se especializando na área de Imunizações, com o objetivo de aprimorar e qualificar as ações de vacinação em seus territórios. Fazer parte desse gigante processo, vendo o brilho nos olhos dos discentes e equipes de saúde vencendo cada obstáculo, encontrando saídas, buscando alcançar os objetivos propostos, são, para mim, uma motivação diária e traz sentimentos de pertencimento, de gratidão e realização”, frisou Daniela Camara.
A enfermeira completou: “Gostaria de parabenizar todas as mulheres pelo esforço e dedicação em cultivar, incentivar e divulgar a produção do saber em todos os campos de conhecimento, incluindo a saúde, uma área muito importante que trabalha sempre em busca de oferecer melhor qualidade de vida a toda a sociedade”, comentou.
Desafios
Superação é a palavra que melhor define a enfermeira Emanuelle Xavier, bolsista do ICEPi, que atua na Equipe Multiprofissional Ampliada (Emulti) do município de Iúna. O projeto faz parte do componente de Provimento e Fixação de Profissionais. A profissional enfrentou diversos desafios até chegar à equipe. Durante o período de faculdade, ela já fez quase tudo: vendeu desde planos de saúde a bombons; trabalhou em laboratório de análises clínicas; fez substituições em escolas; foi cuidadora em creche e agente comunitária de saúde.
“Em 2021, fui convidada pela Secretaria de Saúde de Iúna para trabalhar em um programa local, mas já fazia os processos seletivos do ICEPi desde 2019. Até que, em maio de 2022, finalmente consegui entrar. Estou satisfeita, pois trabalho a alguns metros de minha casa. Posso estar perto do meu filho. Com o estudo continuado da bolsa, eu me aperfeiçoo a cada dia. Os assuntos estudados são atuais e consigo colocá-los em prática nos meus atendimentos. Hoje, enfim, realizo o sonho de trabalhar como enfermeira no meu lugar, o meu Pequiá, e sou extremamente grata ao ICEPi por me proporcionar isso”, disse Emanuelle Xavier.
Antes tarde do que nunca
A assistente social Maria do Carmo de Souza, de 53 anos, é outra integrante do ICEPi que aprendeu a conjugar na vida o verbo superar. Também integrante da Equipe Multiprofissional Ampliada (Emulti), mas do município de Muniz Freire, ela voltou a estudar em 2006, em um curso supletivo. A profissional concluiu os ensinos Fundamental e Médio e, logo em seguida, passou num vestibular para o curso superior de Serviço Social.
Em 2019, Maria do Carmo se formou e, em 2022, ingressou na Equipe Multiprofissional de Muniz Freire. “O mais lindo disso tudo é que essa proposta do ICEPi é exatamente o modelo de trabalho em rede, para além das quatro paredes, com o qual sempre sonhei”, revelou Maria do Carmo.
A assistente social não esperava que a rotina de sua formação lhe reservava novos enfrentamentos. “No início dos encontros presenciais, escolhi realizar as visitas domiciliares em residências com pessoas portadoras de câncer. Foi quando, ao escutar os relatos dos pacientes, percebi que eu estava passando pelo mesmo problema que eles. Após consultas e investigações, foi confirmado o diagnóstico de neoplasia maligna do endométrio”, contou.
Foi submetida à cirurgia de retirada do tumor, e a recuperação estava estimada em 90 dias. “Mas Deus foi tão fiel, que retornei às atividades em apenas 15 dias. Ali, então, entendi que não era uma doença e sim um processo”, disse Maria do Carmo de Souza.
Fazendo parte dos avanços no Norte
A psicóloga Juliane Cardoso Ferrari, de 32 anos, atua no município de Pinheiros pelo programa Qualifica-APS. Ela teve sua primeira formação como pedagoga e foi nesse contato diário com crianças que ela viu despertar o interesse em entender o desenvolvimento humano. “Foi então que me matriculei no curso de Psicologia”, lembrou.
Juliane Cardoso atua na equipe multiprofissional, na Atenção Primária à Saúde (APS), desde setembro de 2022, e é referência técnica nas unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Pinheirinho e São João do Sobrado, onde faz atendimento da população rural do município na Unidade de Vila Nova.
Recentemente, o município implantou o Programa de Planejamento Familiar e Juliane Cardoso tem atuado na captação e no auxílio de mulheres que desejam fazer laqueadura e homens que querem fazer a vasectomia, ambos métodos contraceptivos cirúrgicos irreversíveis. “Esse programa é um avanço para a saúde do município, uma vez que a demanda existe e estava reprimida por muitos anos. Enquanto psicóloga, estou junto com a equipe gestora fazendo a articulação com as equipes em que atuo e realizo o atendimento das pacientes captadas pela ESF, que podem ou não estar elegíveis para realizarem o procedimento”, ressaltou.
Apesar de considerar desafiador o trabalho como psicóloga, a profissional acrescentou que não consegue se imaginar em outra carreira profissional. Entre os desafios da profissão, ela destaca a área da Saúde Coletiva e pontuou a importância de mais mulheres assumirem cargos de liderança na gestão pública.
“Foi uma mudança bem significativa na minha carreira e hoje não consigo me ver atuando em outra área. Trabalhar na Saúde Coletiva é desafiador devido às disparidades econômicas e sociais, que impactam diretamente a vida dos usuários do SUS. Por outro lado, é gratificante ver a população ter acesso a profissionais de várias especialidades dentro da UBS. Como mulher, considero nosso papel como fundamental na área da saúde e, embora as mulheres tenham conquistado uma participação expressiva, sinto falta de mulheres em cargos de liderança”, salientou Juliane Cardoso.
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