Residentes em Cuidados Paliativos unem saúde e espiritualidade no dia a dia de atendimento
No município de Jerônimo Monteiro, no sul do Estado, uma iniciativa que concilia os cuidados da saúde à espiritualidade é desenvolvida pelo Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos, do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi). Com foco no bem-estar de pacientes da rede de Atenção Primária do município, os residentes conduzem alguns casos de cuidados paliativos em parceria com diferentes líderes religiosos locais.
As ações ocorrem nas visitas domiciliares, com o apoio de equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como na Unidade Integrada Jerônimo Monteiro (UIJM). Ao todo, cerca de 30 pacientes são beneficiados. Entre eles, está Therezinha dos Santos, de 76 anos. Ela, que passa por tratamento oncológico, foi encaminhada aos cuidados paliativos, há seis meses, pela equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF) da região onde reside.
Desde então, a paciente, que é católica, tem sido acompanhada pelos residentes e também pelo padre Rogério Guimarães, pároco de Jerônimo Monteiro. “Para mim, a espiritualidade está naquilo que gostamos, desde ir à igreja até ter a companhia dos meus cachorros. Além disso, com a ajuda dos residentes e do padre, tenho tido mais força para não desistir de lutar contra a doença”, afirmou Therezinha dos Santos.
O pároco Rogério Guimarães acredita que a atuação dos residentes tem contribuído para a humanização do delicado processo de atenção à saúde em situações-limites. “Percebo neles a preocupação de uma atenção integral à pessoa do enfermo. Entendo que a dimensão religiosa contribui no processo de significação, de reconciliação e de qualificação nesse momento limite da existência”, frisou.
Interesse do paciente
A preceptora da residência na Atenção Primária, Marina Dardengo, explicou que, embora a iniciativa já acontecesse antes da implantação do Programa no município, em 2020, foi reforçada após a chegada da formação. “Essa ponte entre os pacientes atendidos e as lideranças religiosas é viabilizada somente a partir do momento em que a pessoa que está sendo cuidada manifesta o interesse de também receber o acompanhamento espiritual, de acordo com a crença individual dela”, esclareceu.
A residente Esthefani Bitencourt, formada em psicologia, destacou que o paciente não precisa ter uma religião definida para contar com esse auxílio. “Espiritualidade é tudo que dá sentido à vida. Assim, buscamos resgatar os valores vitais do paciente para proporcionarmos o que lhe dá sentido. Isso gera benefícios psicológicos, fazendo com que esse momento de adoecimento, por mais difícil que seja, se torne menos pesado para os pacientes e seus familiares”, disse.
Tema de trabalho de conclusão de residência
O enfermeiro Thiago Bravo, que também é residente em Cuidados Paliativos em Jerônimo Monteiro, identificou nessas ações uma oportunidade para analisá-las sob o ponto de vista acadêmico. A iniciativa é tema do trabalho de conclusão de residência (TCR) dele.
“A espiritualidade é um assunto de extrema importância, mas passava despercebida durante a rotina de atividades práticas. Dessa forma, busco em meu TCR entender o que é a espiritualidade, de acordo com a percepção dos pacientes em cuidados paliativos, e qual é a importância disso no processo de enfrentamento à doença”, detalhou Bravo.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos/ Mike Figueiredo / Luciana Almeida
Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
Caroline Pignaton / Mayra Scarpi / Amanda Drumond
icepi.comunicacao@saude.es.gov.br
Assessoria de Comunicação – Superintendência da Regional Sul de Saúde
Felipe Bezerra