Ações de saúde promovem qualidade de vida para pacientes com diabetes e alertam quanto à prevenção e ao cuidado

26/06/2024 13h30 - Atualizado em 26/06/2024 13h45

Considerado um grave problema de saúde pública, a incidência do diabetes vem crescendo a cada ano no mundo. No Brasil, que é o 5° país com o maior número de diabéticos, de acordo com o relatório do Atlas de Diabetes da IDF, existem 16,8 milhões de adultos doentes. Preocupada com o bem-estar da população e a prevenção e tratamento da doença, a Secretaria da Saúde (Sesa) vem promovendo ações contínuas em conjunto com os municípios durante todo o ano e aproveita o Dia Nacional do Diabetes, lembrado nesta quarta-feira (26), para promover ações de conscientização e divulgação sobre o diagnóstico.

Na Região Sul de Saúde, por exemplo, o Projeto de Manejo do Pé Diabético, desenvolvido pela Unidade Integrada Jerônimo Monteiro (UIJM), no município de Jerônimo Monteiro, tornou-se referência no atendimento aos pacientes com pé diabético. Em atividade desde 2021, a iniciativa já realizou, até este mês, 915 atendimentos em pacientes hospitalizados.

O serviço é ofertado aos pacientes diabéticos captados via Projeto de Gestão do Acesso à Saúde (PGAS), do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS); e também pela Central de Regulação de Vagas, por meio dos hospitais da rede pública estadual. É garantido também aos demais usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba que tenham comprometimentos vasculares que necessitam de intervenções cirúrgicas e/ou de acompanhamento vascular.

O atendimento é conduzido por uma equipe multidisciplinar, composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos vasculares e clínicos, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta e nutricionista. O objetivo é proporcionar tanto o tratamento ambulatorial quanto o hospitalar, com a garantia de alta segura após uma eventual hospitalização.

Na Grande Vitória, o nome do grupo “Doce Cuidado: uma experiência exitosa com pacientes diabéticos na Atenção Primária à Saúde (APS)” já demonstra o empenho dos profissionais na assistência aos pacientes com diabetes. Suas ações são realizadas pela Equipe Multiprofissional Ampliada, que atua em Cariacica, pelo Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), do ICEPi. O grupo, desenvolvido em parceria com o município, promove ações de educação em saúde, todas as quintas-feiras, para cerca de 60 usuários da UBS de Valparaíso, em Cariacica.

“Os temas abordados são o cuidado com o pé diabético, o Guia Alimentar para a População Brasileira, além de rótulo nutricional, mudança do comportamento sedentário, saúde bucal, saúde mental, primeiros socorros, uso de medicamentos e cuidado com as feridas. Também foi criada uma horta na UBS e muitas mudas já foram entregues aos pacientes”, disse a terapeuta ocupacional Letícia Santos Silva, que coordena as atividades do grupo ao lado da nutricionista da unidade, Luciana Bicalho.

Em um ano, os pacientes apresentaram redução da glicemia, do peso e também da pressão arterial. Além de orientar sobre a doença, os sintomas e os cuidados com a alimentação, o grupo “Doce Cuidado” também possibilita mais interação entre os frequentadores. A equipe conta ainda com uma cirurgiã-dentista, uma enfermeira e uma nutricionista.

A autônoma Ana Maria Castelo é uma das participantes do grupo e avalia a experiência como positiva. “Com os encontros aprendemos muitas coisas, como por exemplo, o consumo adequado dos alimentos e a contribuição para uma boa saúde. Eu espero que o grupo continue por muito tempo, pois as orientações são extremamente importantes para quem sofre com a diabetes”, afirmou Ana Maria.

Fortalecimento de vínculo

Assim como em Cariacica e Jerônimo Monteiro, ações também são realizadas em outros municípios capixabas. A assistente social Joseane Bispo integra a Equipe Multiprofissional Ampliada e atua na Unidade de Saúde Elisbela Bredoff, em Mucurici. Em abril, percebendo a necessidade de um grupo para fazer controle de diabetes e pressão alta, a equipe reativou o “Hiperdia”, que já conta com a participação de 40 idosos.

“Juntamente com a coordenadora da unidade e demais membros da equipe, propusemos a ideia de realizar o grupo. Criamos uma rede de apoio com as ações coletivas e isso tem feito uma diferença muito grande para trazer o usuário para a unidade”, explicou Joseane, que organiza os encontros.

Com objetivo de melhorar os indicadores de cuidado integral de diabéticos e hipertensos, o grupo tem encontros às terças e quintas-feiras para a prática de atividades físicas e conta com a orientação de um profissional de educação física e o acompanhamento de uma técnica de enfermagem. Além disso, uma vez por mês é realizado um evento, o “Hiperdia”, com a participação de toda a equipe da unidade, com médico, fisioterapeuta, assistente social, nutricionista, psicólogo, enfermeiros, profissional de educação física e técnicos de enfermagem. Para esses encontros, são definidos temas que serão trabalhados em uma roda de conversa.

Já em Iúna, a profissional de Educação Física Livia Xavier, da Equipe Multiprofissional Ampliada, fez parte da ação sobre diabetes e hipertensão com pacientes do grupo “Viva Mais”, realizada na Unidade Básica de Guanabara na última semana. A nutricionista e a médica da unidade também participaram do evento.

Residências trabalham a prevenção e tratamento da diabetes e promovem atendimento à população

Também no âmbito do Qualifica-APS, os residentes em Saúde Coletiva Patricia Menêses Portela, Shirley Silva Geber e Tiago de Jesus Basilio desenvolvem um projeto de intervenção no bairro Paul, em Vila Velha, para reduzir o adoecimento e a morte relacionados à hipertensão e à diabetes.

Já os residentes em Saúde da Família Ana Carolina Barraque, que é assistente social, e Jonas Pecego, enfermeiro, preparam, para esta quinta-feira (27), um evento em alusão ao Dia Nacional do Diabetes. A ação acontece no auditório da Unidade Básica de Nova Rosa da Penha II, em Cariacica, às 7h30, onde será realizada uma palestra com nutricionista, atividades corporais, aferição de glicemia e solicitações de exames laboratoriais.

No mesmo dia, residentes em Saúde da Família preparam uma ação na Praça de São Francisco, também em Cariacica, para orientar sobre a alimentação saudável e a diabetes e aferir a glicemia. O evento começa às 8 horas. A equipe é composta por cirurgiões-dentistas, uma profissional de Educação Física, uma farmacêutica e uma psicóloga.

A formação dos residentes para o atendimento dos pacientes também está no escopo dos programas do ICEPi. Na terça-feira (25), os residentes do Programa de Residência Médica em Clínica Médica tiveram uma palestra intitulada “Descomplicando o Tratamento do Diabetes”, com a médica e secretária da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Maria Amélia Julião.

Entenda a doença

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica na qual há altos níveis de glicose no sangue porque o organismo não consegue produzir insulina ou produz uma quantidade insuficiente; ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. A falta de insulina ou a incapacidade das células em responder à insulina leva a altos níveis de glicose no sangue, ou hiperglicemia, que é a marca do diabetes.

A hiperglicemia se não for controlada, em longo prazo, pode causar danos a vários órgãos do corpo, levando ao desenvolvimento de complicações de saúde incapacitantes e com risco de vida, como doença cardiovascular, neuropatia, nefropatia e doença ocular, além da retinopatia e cegueira. Por outro lado, se o tratamento adequado do diabetes for realizado, essas complicações graves podem ser retardadas ou evitadas.

Diversas situações e condições podem desencadear o diabetes no indivíduo, e a maioria dos casos pode ser classificada em Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional. É extremamente importante que se identifique o tipo de diabetes adquirido pelo paciente para que seja promovida a melhor forma de tratamento.

A Diabetes Tipo 1 ocorre quando o próprio corpo produz anticorpos, destruindo as células pancreáticas e provocando, assim, a diminuição da produção de insulina no organismo. Geralmente, acomete crianças e adolescentes, mas também pode aparecer em adultos e faz com que a pessoa precise de injeções diárias de insulina para manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Esse tipo de diabetes não tem cura e necessita de tratamento permanente.

Diagnosticado na maioria dos casos em adultos, o Diabetes tipo 2 impossibilita o corpo a não obter o bom uso da insulina que produz. Uma das causas da manifestação da doença pode ser o sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Em seu tratamento, deve-se incluir uma alimentação e estilo de vida saudável, com atividades físicas, além da necessidade de uso de medicamentos orais e/ou insulina para manter seus níveis de glicose no sangue sob controle.

A diabete gestacional (DMG) consiste em níveis elevados de glicose no sangue, durante a gravidez, pelo fato de a placenta produzir hormônios que podem reduzir a ação da insulina, que é o hormônio responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O diabetes gestacional pode ser transitório, restrito à gestação, porém as mulheres diagnosticadas precisam realizar acompanhamento médico, pois há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e de doença cardiovascular.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Luciana Almeida / Danielly Campos / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos
asscom@saude.es.gov.br 

Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
Caroline Pignaton / Mayra Scarpi
icepi.comunicacao@saude.es.gov.br