Estudo do Observa ICEPi identifica desinformação sobre fome em mensagens compartilhadas nas redes sociais

01/12/2022 12h12 - Atualizado em 01/12/2022 12h33

A fome pode provocar doenças como desnutrição, anemia, malformação dos ossos e, em estágios avançados, a morte. Com o objetivo de mapear a abordagem do tema nas redes sociais Facebook, Instagram, Telegram e Twitter, pesquisadores do Observa ICEPi, um projeto do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), analisaram o compartilhamento de mensagens entre os usuários dessas redes sociais e como o conteúdo está relacionado à circulação de notícias falsas sobre a fome no Brasil.

 Entre os dias 24 de agosto e 05 de setembro de 2022, mais de 367 mil postagens foram investigadas, sendo o Twitter e o Telegram as redes com maior disseminação de conteúdos que apresentaram discursos de desordem informacional e desqualificação de veículos de comunicação.  

 A pesquisa foi realizada em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura, da Universidade Federal do Espírito Santo (Labic/Ufes), e evidencia que alguns grupos utilizaram imagens e informações de instituições não oficiais para questionar os índices relativos à fome no País.

Além disso, frases publicadas sugerem que a desigualdade social é culpa dos cidadãos que sofrem com o problema, como descritos nos trechos de mensagens retiradas do Telegram: “fome por falta de vontade de trabalhar” e “fome esta que é provocada por eles mesmo”.

Já no Instagram, as principais discussões relacionadas à temática são de caráter informativo, enquanto que no Facebook o assunto é direcionado ao comércio alimentício.

“O relatório complementa os dados sobre a fome, a partir de temáticas relacionadas. A desqualificação da fome como um problema social grave também impacta na dificuldade de a sociedade enxergar esse tema como um problema de saúde pública”, afirmou o pesquisador e professor do Departamento de Comunicação da Ufes, Fabio Goveia. 

Metodologia da pesquisa

O estudo foi realizado por cerca de dez pesquisadores do Observa ICEPi, que coletaram dados das plataformas digitais e exploraram os padrões comportamentais nas publicações dos internautas. Para a análise, foram estudados 137.910 usuários do Twitter, com o total de 213.473 mensagens.

No Telegram, foram 133 canais, 73 grupos e 148 chats totalizando mais de 860 mil participantes. No Instagram, foram investigados 205 perfis e 2.345 postagens. Já no Facebook, foram 1.273 perfis e mais de duas mil mensagens. 

O Observa ICEPi

O Observa ICEPi é um projeto que tem como intuito auxiliar as estratégias de comunicação para a saúde, por meio de estudos realizados nas plataformas digitais, possibilitando o entendimento comportamental dos usuários em determinados assuntos.

Para isso, pesquisadores analisam os conteúdos compartilhados nas redes e estruturam um relatório com os principais pontos observados, que serão utilizados posteriormente em estratégias de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba. 

 

Informações à Imprensa:

Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)

Gabriel Torobay / Mayra Scarpi / Mariela Pitanga

icepi.comunicacao@saude.es.gov.br