Pesquisa inédita mostra que quase 70% dos pais já levaram seus filhos para vacinar contra Covid-19

14/12/2022 10h54

Intitulada “Vacinação contra Covid-19 em crianças e jovens de 5 a 17 anos: estudo qualiquantitativo dos motivos de não vacinação”, a pesquisa realizada pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) foi um dos destaques do evento “Vacinação: aceitação, desafios e ações no Espírito Santo”. O encontro contou com profissionais da imunização e da Atenção Primária à Saúde (APS) e referências técnicas nos municípios.

O estudo teve como objetivo entender os fatores que influenciam os pais a não vacinar os filhos contra o novo Coronavírus. O coordenador de Pesquisa do ICEPi, Tadeu Uggere de Andrade, relata que foram identificados que, na população estudada, 69% dos pais e responsáveis levaram os filhos para vacinar contra a Covid, enquanto 31% afirmaram que não levaram.

“Uma das principais diferenças entre esses dois grupos de pais é referente às idades. Quanto mais novos os filhos, menor é o percentual de pais que confiam na efetividade e segurança”, explicou o coordenador.

A pesquisa foi feita pela Coordenação de Pesquisa em parceria com alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado da Universidade de Vila Velha (UVV). Foram entrevistados pais ou responsáveis de 410 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, no período de julho a outubro deste ano.

Das crianças de 5 a 11 anos, 34,4% já estavam vacinadas, enquanto os adolescentes de 12 a 17 anos representavam 65,6% dos que já haviam tomado o imunizante. Outro dado apurado constatou que 61,2% dos vacinados são alunos de escola pública, e 32,4% dos estudantes imunizados frequentam escolas particulares.

Desinformação
A pesquisa também registrou que os pais que não vacinaram seus filhos contra a Covid-19 têm menor capacidade de discernir uma informação verdadeira de uma fake news. Em ambos os grupos, observou-se aproximadamente 50% de pais com baixo letramento em saúde, ou seja, com baixa capacidade de usar as informações que recebe para tomar decisões sobre sua saúde.

Também foi realizada uma pesquisa qualitativa em que foram observados discursos coletivos que reforçam a insegurança dos pais em relação à efetividade e segurança das vacinas. Mesmo entre os pais que vacinaram seus filhos, existe falta de segurança em relação à vacina. A falta de tempo e de incompatibilidade entre a jornada de trabalho e os horários de aplicação em postos de vacinação também foram fatores identificados nos discursos coletivos.

“Ambos os grupos de pais buscam as informações em meios de comunicação, redes sociais e com médicos. A diferença parece estar na qualidade dos locais de busca e na opinião dos profissionais que cada grupo acessa. Os pais que vacinaram seus filhos recebem informações médicas de que é importante vacinar e que a vacina funciona e é segura, enquanto os pais que não vacinaram recebem informações opostas”, informou Uggere.

Informações à Imprensa:

Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)

Gabriel Torobay / Mayra Scarpi / Mariela Pitanga / Anna Carolina Otoni / Felipe Bezerra / Danielly Schulthais / Lorena Zonta

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