Projeto de inovação do ICEPi/Sesa é destaque no IV Congresso de Medicina Hospitalar
O projeto de Medicina Hospitalista, implantado no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) foi destaque no IV Congresso de Medicina Hospitalar. O evento é o principal da área e foi realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (Sobramh), na cidade de São Paulo, nos dias 29 e 30 de setembro.
Para a ocasião, a equipe do HINSG apresentou 11 trabalhos científicos sobre os resultados obtidos no hospital a partir da implementação do projeto. A equipe de Medicina Hospitalar do Hospital e Maternidade Estadual Sílvio Avidos, em Colatina, também participou e apresentou três trabalhos.
O principal artigo, que foi o primeiro de três destaques do evento, foi um relato de caso de um adolescente que foi internado após muitas idas ao Pronto Socorro com sintomas psiquiátricos, físicos e neurológicos e, que, com as ferramentas da Medicina Hospitalar, foi possível dar o diagnóstico de uma doença rara: a Doença de Wilson.
Neste caso, segundo a médica pediatra Patrícia Saraiva, os instrumentos da Medicina Hospitalista mais importantes foram a atuação multiprofissional e a reunião multidisciplinar dos profissionais, também chamada de “Hudle”. A prática é inspirada na atuação futebol americano, em que os jogadores reúnem antes do início de uma jogada para combinar a estratégia que será adotada. Na atuação clínica, rapidamente a equipe de profissionais discute o caso, com apoio da literatura científica, sob uma perspectiva multiprofissional, horizontal e transdisciplinar, buscando o melhor desfecho para o usuário.
No caso citado, a participação da nutrição e da psicologia, também contribuiu muito para que a equipe chegasse a um desfecho que garantisse ao usuário um cuidado adequado para sua condição.
“Essa doença se dá por acúmulo de cobre no organismo e pode levar a retardo mental e insuficiência hepática. Até então, ele era tratado como um caso de distúrbio psiquiátrico, mas, hoje, já está se tratando corretamente, não tem mais tremores, se comunica melhor e não usa medicamentos psiquiátricos”, disse Patrícia, que além de integrar a equipe, fez a apresentação oral do caso no congresso.
Segundo Patrícia, esse tipo de evento é muito importante para o desenvolvimento na gestão dos hospitais do Estado. “No congresso, com nossos trabalhos, pudemos mostrar nossos bons resultados e o impacto da Medicina Hospitalar para a pediatria. Voltamos com mais ideias, novos projetos e com vontade de multiplicar todo esse conhecimento”, explicou a médica.
O secretário da Saúde do Espírito Santo, Miguel Duarte, também palestrou no evento, que ainda contou com a participação de vários especialistas dos Estados Unidos da América, representando a Mayo Clinic.
“O Espírito Santo aposta na inovação para beneficiar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio das mudanças de processos e implementação de tecnologias. O destaque recebido no congresso é um reconhecimento da nossa gestão hospitalar eficiente”, disse o secretário.
O Congresso de Medicina Hospitalar acontece a cada dois anos, no Brasil. Nesta edição, médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde debateram temas relacionados à segurança do usuário, uso correto e eficaz da infraestrutura e dos custos, do comprometimento dos profissionais em ofertar uma assistência mais eficiente.
A Medicina Hospitalar nos hospitais da Rede Própria do ES
O projeto de Medicina Hospitalar é aplicado em seis hospitais estaduais e visa desenvolver tecnologias (desenvolver inovação e não tecnologia) de gestão no âmbito hospitalar, agilizando o atendimento e a melhora da qualidade dos serviços com ênfase na abordagem educacional, de pesquisa, qualificação e liderança. São eles:
- Hospital Estadual Dório Silva (HEDS)
- Hospital Estadual de Vila Velha (HESVV)
- Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG)
- Hospital e Maternidades Silvio Ávidos (HMSA)
- Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC)
- Hospital Estadual Roberto Arnizout Silvares (HRAS)
Informações à Imprensa:
Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
Caroline Pignaton / Mayra Scarpi / Amanda Drumond