Saúde promove rodas de conversa em comunidades quilombolas em prol do ‘Outubro Rosa’

15/10/2024 08h40 - Atualizado em 21/10/2024 15h40

Comunidades quilombolas de Conceição da Barra e São Mateus vivenciaram rodas de conversa sobre prevenção e detecção precoce do câncer de mama, em ações voltadas ao “Outubro Rosa”. Durante a conversa, também foram abordadas as temáticas de cuidados sobre o colo de útero e saúde mental. As ações, promovidas pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), por meio de importantes parcerias, aconteceram nos dias 10 e 11 de outubro.

A iniciativa surgiu durante atividades para promoção da homogeneidade vacinal dentro dos quilombos, especialmente no território do Sapê do Norte, que abrange comunidades tradicionais dos municípios de Conceição da Barra e São Mateus e está vinculada ao projeto “SUS capixaba e Vigilância Popular em Saúde pela recuperação das metas de coberturas vacinais”, do Programa Qualificação das Redes de Vigilância em Saúde (PQRVS).

O coordenador de Novas Tecnologias para a Vigilância em Saúde (PQRVS), Belchior Amaral, destacou que o objetivo do PQRVS é construir e promover estratégias de Vigilância em Saúde para a recuperação das metas de Coberturas Vacinais no Estado, como ação motivadora e mobilizadora de interações com a Vigilância Popular em Saúde.

“A Vigilância Popular em Saúde incorpora práticas de vigilância, enfatizando o protagonismo das comunidades e movimentos sociais na identificação de determinantes de saúde a partir das relações entre ambiente e trabalho, de forma a estimular a reflexão e promover ação participativa diante dos desafios que afetam tanto a saúde das pessoas quanto dos ecossistemas”, destacou Belchior Amaral.

A supervisora das Residências em Saúde do ICEPi, Priscilla Bandeira, explicou que o trabalho com o grupo de imunização foi iniciado após escuta ativa, no qual foram identificados que a saúde da mulher e a saúde mental das mulheres quilombolas eram questões prioritárias e necessitavam de atenção.

A partir desse diagnóstico com as comunidades, as equipes do PQRVS e das Residências em Saúde do ICEPi se reuniram com a comissão quilombola do Sapê do Norte e o Projeto de Educação Popular em Saúde (PedPopSus), planejando as ações do “Outubro Rosa” nos municípios. A mobilização foi realizada pelas educadoras do PedpopSUS e as agentes de saúde da região.

A presidente da Associação de Agricultores Quilombolas da comunidade Dilô Barbosa, em São Mateus, Alba Nascimento, ressaltou a importância do debate para encorajar o acesso de mulheres quilombolas a buscarem os serviços de saúde e realizarem a mamografia. “O evento foi muito importante para que a gente não sinta vergonha de fazer os exames. Nós precisamos que aconteçam mais palestras com esclarecimento para as comunidades. As mulheres ficam mais fortalecidas. Gratidão é a palavra chave”, declarou Alba Nascimento.

As rodas de conversa contaram com a participação dos programas do ICEPi, como as equipes do Projeto de Educação Popular em Saúde (PedpopSUS); do Apoio Institucional e das Residências em Saúde, que integram o Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS); juntamente aos programas de Qualificação das Redes de Vigilância em Saúde (PQRVS); do Programa Regional de Imunizações (PRI); e da Atenção Primária à Saúde (APS); da Superintendência Regional de Saúde de São Mateus (SRSSM); e da Subsecretaria Estadual de Atenção à Saúde (SSAS), por meio da participação do Núcleo Especial de Atenção Primária (NEAPRI); e da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (AFECC).

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Ações

Os eventos contaram com a participação ativa de mulheres quilombolas, além de trabalhadores e gestores da saúde, criando um espaço de diálogo e troca de conhecimentos. A iniciativa visou à conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce e ao fortalecimento da rede de apoio entre as comunidades quilombolas e os profissionais de saúde, com uma abordagem inclusiva e comunitária no combate ao câncer.

Em Conceição da Barra, foi realizada uma roda de conversa na última quinta-feira (10), no CRAS Quilombola, em Santana, com a participação de representantes da AFECC. Na sexta-feira (11), a ação foi realizada na comunidade de Dilô Barbosa, em São Mateus, com uma roda de conversa com o psiquiatra Dr. Anderson Dondoni.

Os residentes do ICEPi, dos programas de Residência em Enfermagem Obstétrica e Residência Multiprofissional em Atenção em Terapia Intensiva, realizaram dinâmicas interativas, utilizando perguntas disparadoras para criar um ambiente acolhedor e promover a escuta ativa com as mulheres presentes. Durante as conversas, os residentes buscaram desmistificar alguns temas, trazendo informações claras e acessíveis, além de fornecer um espaço seguro para que as mulheres manifestassem suas dúvidas, medos e anseios em relação à própria saúde.

“Foi um momento muito enriquecedor e que agregou muito na nossa formação enquanto residente. É um momento que a gente vem para somar, mas a gente aprende muito”, contou o residente de Enfermagem Obstétrica, José Marcos Mascarenhas.

Além das rodas de conversa, as equipes da Imunização da SRSSM e da Atenção Primária à Saúde (APS) dos municípios realizaram atualização do cartão vacinal, aferição de pressão arterial e glicemia.


Acesso à saúde

Para Júlio César Moraes, referência técnica em Equidade do Núcleo Especial de Atenção Primária (NEAPRI), os encontros nos territórios possibilitam a interação entre os agentes do sistema de saúde, que são os usuários, trabalhadores e gestores. “É fundamental ir aos territórios e entender as condições que as pessoas vivem e acessam à Saúde. Com isso, conseguimos refletir sobre as políticas públicas que chegam a elas”, explicou Moraes.

A orientadora das educadoras populares da Região Norte, integrante do PedpopSUS, Nayara Oliveira, pontuou a necessidade de fazer debates em comunidades tradicionais para que sejam estabelecidos protocolos de saúde específicos para as mulheres quilombolas.

“A Educação Popular em Saúde tem compromisso com os territórios. É fundamental que a gente olhe para as comunidades tradicionais do Sapê do Norte, entendendo os agravantes de saúde, como casos de câncer de mama, e para que o ICEPi e outros setores da SESA se unam para escutar e encaminhar essas demandas”, refletiu a orientadora Nayara Oliveira.


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