Sesa inicia programa de Residência em Psiquiatria na região sul

14/04/2022 15h58 - Atualizado em 14/04/2022 16h19

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), lançou em março a primeira turma do Programa de Residência Médica em Psiquiatria na região sul. As atividades foram iniciadas no Centro de Atendimento Psiquiátrico Aristides Alexandre Campos (Capaac), em Cachoeiro de Itapemirim

A Residência em Psiquiatria na região sul surgiu da necessidade de suprir uma série de demandas sociais ocasionadas pelo sofrimento mental, visto que, entre outros indicadores, aproximadamente 360 internações por ano e cerca de 200 atendimentos por mês são registrados no hospital, conforme dados do Núcleo Interno de Regulação (NIR) do Capaac, relativos aos últimos dois anos.

O hospital é referência para os 26 municípios da região sul do Estado e também para oito municípios da Região Metropolitana de Saúde, por meio do Núcleo Especial de Regulação de Internação (Neri), da Sesa.

Como funciona

“Nossa própria vivência na região nos possibilitou, num primeiro momento, visualizarmos seu panorama, que, apesar de suas fragilidades, apresenta um campo muito rico, com muitas possibilidades de assistência social e ensino. Isso nos permitiu pensar que, de fato, teríamos condições de implantar uma residência em Psiquiatria em Cachoeiro, a segunda formação médica em Psiquiatria do Estado do Espírito Santo”, explica a coordenadora do Programa, a psiquiatra Giovana Lorencini Rico.

Ela esclarece também outros aspectos do projeto. “A Residência em Psiquiatria tem um componente muito interessante: apesar de sermos um hospital, não é uma residência que acontece, na maior parte, no Capaac, sua sede. É uma residência do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa residência ocorre no território e nos diversos cenários da prática clínica da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), como equipamentos da Atenção Primária, os ambulatórios, os Núcleos Regionais de Especialidade e, principalmente, o Centro de Apoio Psicossocial de Cachoeiro (Caps II)”, disse.

Segundo Giovana Rico, os profissionais são selecionados para a Residência por meio de edital do ICEPi. “A cada ano são três residentes. Então, daqui a três anos, quando se encerrar a primeira turma de residência, teremos um total de nove residentes”, detalha. Os três atuais, acrescenta ela, são contemplados, ainda, com bolsas do Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pró-Residência), do Ministério da Saúde.

“O Programa em atividade no Capaac, hoje, começou a ser pensado dois anos antes de sua implantação, pois entendíamos que um dos cernes do ICEPi é a formação de especialistas para além da Região Metropolitana, na qual já tínhamos uma concentração de especialistas, nas mais diversas áreas. Sendo assim, ao ampliar as residências dentro do Estado, nosso objetivo é atrair e fixar profissionais especializados e capacitados para atuarem, dentro da rede do SUS, em regiões onde, até então, existiam lacunas assistenciais. Além do mais, Cachoeiro é estratégico para o sul, o que também influenciou na escolha. Não só porque o município tem sua rede de atenção à saúde mental estruturada, mas também, porque é referência para os demais municípios da região”, justifica a coordenadora dos Programas de Residências do ICEPi, Juliana Mariano.

Metodologia

Ao destacar que a Residência se pauta também no campo da inovação, Giovana Rico salienta que o Programa tem como foco alcançar uma aprendizagem que seja, de fato, significativa e reflexiva.

“Os livros são nossos norteadores. Mesmo assim, a nossa realidade é muito mutável. Queremos formar médicos psiquiatras, entendendo o contexto do nosso tempo, com princípios fundamentais promovidos pela reforma psiquiátrica, sabendo a necessidade de trabalhar com a equipe multiprofissional, que é extremamente essencial para o cuidado do paciente em saúde mental”, frisa.

“Nesse sentido, trata-se de realmente aproveitar o contexto da prática, para aprender com a prática e, mais do que tudo, transformar a prática. Isso permitirá aos residentes aprenderem a partir do que vierem a conhecer em suas práticas profissionais, para repensá-las. O intuito é a transformação do processo de trabalho e da rede, como um todo”, complementa Juliana Mariano.

Programas de Residências

As residências formam profissionais de saúde especialistas, com a promoção de atributos que possibilitem o exercício profissional com excelência nas áreas de cuidado integral à saúde, visando à melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Um dos grandes diferenciais é a oferta de cursos de residências médicas e multiprofissionais, seguindo uma visão humanista, reflexiva e crítica, qualificando os residentes para o exercício na especialidade escolhida, pautados em princípios éticos e com o conhecimento dos diferentes cenários da rede de saúde.

Os residentes têm seu processo de formação baseado em metodologias inovadoras de ensino-aprendizagem, com 80% da carga horária dedicada para atividades práticas e 20% dedicada para a abordagem de temas como a competência do cuidado, da gestão, da investigação e da educação em saúde.

Os Programas de Residências Médicas são:

  • Acupuntura;
  • Clínica Médica;
  • Medicina de Família e Comunidade;
  • Medicina Intensiva;
  • Neurocirurgia;
  • Psiquiatria na região metropolitana
  • Psiquiatria na região sul

Já os de Residência Multiprofissional são:

  • Cuidados Paliativos;
  • Saúde Coletiva (com Ênfase em Vigilância em Saúde);
  • Saúde da Família;
  • Saúde Mental.

Informações à Imprensa

Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)

Gabriel Torobay / Mayra Scarpi

icepi.comunicacao@saude.es.gov.br 

Assessoria de Comunicação - Superintendência da Regional Sul de Saúde

Felipe Bezerra